domingo, 19 de abril de 2009

O SOFRIMENTO DO CORDEIRO DE DEUS




ISAIAS 53

INTRODUÇÃO

Quero hoje falar sobre a vida de Jesus. Ele deixou a glória e a companhia dos querubins para se fazer carne e habitar entre nós. Sendo Deus exaltado se humilhou até a morte de cruz. Sendo Deus transcendente se esvaziou. Sendo rei dos reis se fez servo. Sendo infinito tornou-se um bebê enfaixado na manjedoura.
Veio cumprir o plano do Pai. Veio espontaneamente. Veio por amor. Veio buscar e salvar o perdido. Veio para salvar o pecador. Veio para desfazer as obras do diabo. Veio para vencer o pecado. Veio para triunfar sobre os principados e potestades. Veio para levar cativo o cativeiro. Veio para estabelecer o Reino de Deus. Veio para conquistar seu coração e remir a sua vida.
Não veio para ser servido, mas para servir. Não veio para ser aplaudido, mas para ser desprezado. Não veio para ser colocado num trono, mas para ser pregado numa cruz. Nasceu não para viver, mas para morrer.
Hoje vamos acompanhar seus passos, olhar suas feridas, enxergar seu triunfo e perceber sua recompensa.

I. O SOFRIMENTO DE JESUS

Cresceu diante de Deus como um broto tenro numa terra ruim. A terra lhe era inimiga, seca, árida, negou-lhe a seiva. Torturado e retorcido, planta feia e sem nobreza, não atrai quem passa.
v. 2 “...”
Seu sofrimento é repulsivo = ao vê-lo “os homens escondem o rosto.” (v.3).
Seu sofrimento não causa preocupação = “e dele não fizemos caso...” (v.3).

Tem do sofrimento uma experiência íntima e longa = “Homem de dores e sabe o que é padecer...” (v.3).

1. O sofrimento moral
1.1. Rejeição - v. 3
Jesus foi desprezado, o texto diz que foi “O MAIS rejeitado entre os homens.”
a) Ele foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam.”
b) Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até de possesso de belzebu.
c) Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o ovacionava = empolgada com seus milagres, agora como uma turba, sedenta de sangue, perversamente grita diante de Pilatos: “crucifica-o, crucifica-o” - “Caia sobre nós o sangue dele.”
d) Ele foi rejeitado pela multidão de discípulos que não gostaram da sua pregação radical = e por isso o abandonaram e já não mais o seguiam.
e) Ele foi rejeitado pelas autoridades romanas que se sentiram incomodadas com Ele = Herodes, o grande, o quis matar quando infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes Antipas, o escarneceu quando Cristo não quis fazer nenhum milagre para satisfazer seus caprichos.
f) Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas = o sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram-lhe no rosto e o levaram a Pilatos.
g) Ele foi rejeitado pelos apóstolos = que na sua agonia maior todos fugiram e o abandonaram, só João ficou até o fim.
h) Ele foi rejeitado por Judas = que o traiu e o vendeu por preço iníquo.
i) Ele foi rejeitado por Pedro = que o negou reincidentemente e covardemente, afirmando, jurando e praguejando que não o conhecia.
j) Ele foi rejeitado por Deus = quando se fez pecado, quando se fez maldição. Quando levou sobre si os nossos pecados. “Deus meu, Deus meu....”
k) Ele ainda tem sido rejeitado por todos aqueles que amam o pecado, que o levou à cruz.
1.2. Humilhação
- O Sinédrio o humilhou cuspindo nele,
- Os soldados o humilharam colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça.
- Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas mais agitadas de Jerusalém em pleno dia de festa, sendo companheiro de dois ladrões, como se fosse um ladrão como eles.
- Ele foi humilhado pelos açoites, pela gritaria infernal de seus algozes, pelo escárnio da multidão tresloucada; foi humilhado quando o despiram na cruz e rasgaram suas vestes. “Ele foi humilhado até a morte e morte de cruz.”
- Ele foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para aguçar-lhe a tortura, tentando aliviar um pouco as suas dores, mas o sacrifício que Jesus fez por mim e vc tinha que ser consciente.

2. O sofrimento físico
2.1. Semblante desfigurado - v.2
- Quando Jesus foi pregado na cruz toda maldade do nosso pecado estava sobre ele. Toda feiúra da nossa iniqüidade estava sobre ele. Toda mentira, todo crime horrendo, todo adultério desonroso, toda maldade vil, toda impureza nojenta estava caindo sobre ele. Seu rosto ficou transfigurado. Ele foi feito pecado. Ele foi feito maldição. Naquela hora não havia beleza nele. Ele estava carregando no seu corpo todos os nossos pecados, todas as nossas mazelas, toda a nossa sujeira e desgraça.
- Sua feiúra era a nossa feiúra nele. Suas feridas eram as nossas feridas nele. Suas chagas eram as nossas chagas nele. Sua morte era a nossa morte nele.
- Toda a tragédia do mundo estava sobre ele. Isso é tremendo!




2.2. Torturas desumanas - v. 4b,5,10
- Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte.
Sendo o libertador foi preso.
Sendo santo foi escarnecido como criminoso.
Sendo Deus louvado pelos querubins foi cuspido pelos homens.
Sendo o criador foi açoitado pela criatura.
- Agora, já devorado pelos chicotes, com seu rosto ensangüentado empreende a longa caminhada para o calvário. Sua fronte ferida pelos espinhos. Seu corpo febril lateja debaixo do suplício brutal. Começa a grande marcha para o monte do juízo. A maior marcha da história, não com a roda dos carros de guerra, nem com o estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos passos de um homem, andando sob o seu próprio peso.
- Jesus marcha arrastando consigo todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo da zombaria da multidão. Caminha cambaleante sob o peso cruel do madeiro. Seu corpo ferido, surrado, ensangüentado titubeia, perde o equilíbrio e tomba esmagado pelo fardo. A multidão brada: o chicote! O chicote! O cortejo macabro prossegue, avança e Jesus debaixo de inflamadas chicotadas e escárnios chega ao topo do calvário.
- A tortura continua. Jesus é erguido naquele leito vertical da morte. Foram seis horas de vergonha e horror. Suas mãos puras e santas, mãos que curaram os cegos e aleijados, mãos que levantaram os mortos e abraçaram as crianças, agora são rasgadas pelos pregos malditos. Seus pés que sempre andaram para levar as boas novas de salvação, foram dilacerados pelos cravos da tortura.
- Ali sofreu dor, sede, vergonha, humilhação, abandono, a morte. Ali desceu ao inferno por nós e arrancou das mãos do diabo as chaves da morte e do inferno.
- Até o universo entrou em convulsão com as dores de Jesus e as trevas cobriram a terra em pleno meio dia e as pedras se arrebentaram de dor e rolaram para os vales.

- Isaías 53.5: "JESUS FOI FERIDO". Ferimentos, de acordo com a definição de um cirurgião, podem ser classificados por suas características:
1. Contusão = É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5.1: "Ferirão com a vara a face ao juiz de Israel" e Mt 16.67: "O esbofetearam com varas" e Jo 18.22: "Um dos guardas deu uma bofetada em Jesus com uma vara.".
2. Laceração = É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos era o resultado dos açoites e estes tinham-se tornado uma fina arte entre os romanos, quando o nosso Senhor foi submetido à tortura. O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma com uma ponteira de metal ou de marfim, que, quando usado por um perito, o castigado bem poderia dizer: "Sobre o meu dorso lavraram os aradores; nele abriram longos sulcos" (Sl 129.3). Em Jo 19,1 lemos: "Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo". Suas costas além de laceradas, a cruz foi colocada e com ela ele foi até o lugar chamado Calvário.
3. Penetração = Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Este ferimento foi causado pelos espinhos da coroa que colocaram sobre a sua cabeça. Os soldados pressionaram este diadema cruz em sua cabeça (Jo 19.2), ferimentos que se aprofundaram quando batiam em sua cabeça com o caniço (Mt 27.30).
4. Perfuração = Perfurar vem do latim e significa "Passar através de". Traspassaram-me as mãos e os pés" (Sl 22.16). Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos, separando-os sem quebrá-los.
5. Incisão = É um corte produzido por um instrumento pontiagudo e cortante. "Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água" (Jo 19.34). Esta ferida foi tão grande que Tomé poderia ter posto sua mão dentro dela. Que a contemplação desses ferimentos possa aprofundar o nosso amor por aquele que foi ferido pelas nossas iniqüidades.


II. POR QUE JESUS SOFREU?

1. Porque levou sobre si os nossos pecados - v. 5,6,8
- Quem matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem a cruz. Quem matou Jesus fomos nós. Foram os nossos pecados.
- Ali na cruz Ele foi moído pelos nossos pecados. Ali Ele foi torturado. Foi traspassado. Ali o peso dos nossos pecados caíram sobre Ele.
- Ali Ele bebeu o cálice amargo do juízo de Deus, da repulsa que Deus tem pelo pecado. Ali a espada da lei exigiu a sua morte porque Ele foi feito pecado por nós.
- Ali Ele sentiu o próprio desamparo de Deus: Ali Deus julgou o nosso pecado na carne do Seu Filho. Ali Deus condenou a nossa condenação no corpo do Seu Filho. Ali Deus derramou a sua ira que devia cair sobre nós, sobre o Seu Filho. Ali Deus satisfez sua justiça violada por nós, na morte do Seu Filho.
- Cristo morreu pelos nossos pecados. Foi substitutiva. Ele tomou o nosso lugar. Na cruz Ele foi abandonado e desamparado para que fôssemos aceitos. Ali Ele foi condenado pela lei para que fôssemos libertos da lei. Ali Ele bebeu o amargo fel para que pudéssemos beber a água da vida. Ali Ele morreu para que pudéssemos ter vida eterna

2. Porque tomou sobre si as nossas enfermidades - v. 4,5,20
- Jesus carregou não só nossos pecados sobre a cruz, mas também nossas doenças, nossas enfermidades. Ali no calvário Ele estava abrindo uma fonte de cura. Ali Ele ficou chagado, ferido, moído, enfermado para que hoje pudéssemos receber dele a cura. “Pelas suas pisaduras nós somos sarados.”
- As chagas dele eram as nossas chagas. As feridas dele eram as nossas feridas. A doença dele eram as nossas doenças.



III. A REAÇÃO DE JESUS AO SOFRIMENTO DA CRUZ

1. Sendo justo e puro foi para a cruz como Cordeiro sem abrir a boca - v. 7,9
- Como reagiu Jesus a todo esse sofrimento? Rebelou-se? Não! Ele sofreu como um cordeiro manso, paciente e silencioso. Quando o levaram a morte, ele não lutou, nem bradou por vingança ou por socorro.
- A ovelha não escoiceia os tosquiadores cujas mãos grosseiras a subjugam e a despem da lã. Assim foi Jesus: presa de violência, nem se defendeu, nem agrediu, sofreu em silêncio. Sofreu voluntariamente, sofreu por amor.

2. Intercedeu pelos seus algozes - v. 12
- Em vez de vingar-se, de falar chigamentos e despejar acusações contra seus torturadores, Jesus intercede por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão.
- “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.”

IV. A RECOMPENSA DE JESUS - v. 11

- “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho e ficará satisfeito.” (v. 11).
- Hb 12.2 “...o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia...”.
- A recompensa de Jesus é VOCÊ! É seu arrependimento. É sua volta para Ele. É sua conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir em seu rosto outra vez. É zombar e escarnecer dele. Recebê-lo, amá-lo é ministrar alegria a Ele. Cristo suportou tudo para conquistar você e o seu amor! Você é a recompensa de Jesus!

Um comentário:

  1. Rev estive em sua igreja no sabado passado no culto do ministério de louvor a convite de um amigo e fiquei feliz em conhcer esta parte do corpode Cristo e espero que Deus continue os abençoando de forma rica e profunda com toda sorte de bençãos espirituais. abs Julio Gomes (e-mail jgrocha79@bol.com.br) Membro da igreja Batista Peniel do Estácio Pr. Marcos Sucupira

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